A Advocacia-Geral da
União, em parceria com a Polícia Federal e o Exército, barrou um prejuízo aos
cofres públicos estimado em R$ 1,1 bilhão, valor referente a um acervo de
processos em fase de execução e pagamento de aposentadorias fraudulentas de
militares. As ações que levariam ao desembolso bilionário, segundo a AGU,
estavam concentradas em um único escritório de advocacia localizado no Sul do
País.
Reformados mira esquema de fraudes para obtenção fraudulenta
de reformas (aposentadorias) e licenças médicas de militares.A ação foi executada nos municípios de Canoas e Novo Hamburgo, no
Rio Grande do Sul. Os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão,
um de prisão preventiva de um advogado e três de condução coercitiva de
militares reintegrados ao Exército por decisões judiciais. As medidas foram
determinadas pela Justiça Militar do Rio Grande do Sul.A fraude consistia na utilização de atestados médicos falsos, que
indicavam a existência de doenças psiquiátricas e ortopédicas em militares,
para a obtenção judicial de benefícios para os envolvidos, supostamente
incapacitados para o trabalho militar e civil.Iniciadas em 2009, as investigações revelaram que muitos militares
que haviam sido diagnosticados com doenças incapacitantes viviam uma rotina
normal, inclusive mantendo ocupações remuneradas na iniciativa privada.O próprio advogado responsável pelo ajuizamento das ações
encaminhava os militares a médicos também envolvidos no esquema para emissão
dos atestados falsos. Em alguns casos, segundo a AGU, o advogado chegava a orientar
os clientes sobre como simular distúrbios mentais para as juntas médicas do
Exército.A AGU participou das investigações como assistente do Ministério
Público Militar, levantando e cruzando informações que ajudaram a descobrir as
fraudes.Os acusados vão responder por estelionato e falsidade ideológica.
Os investigadores continuam apurando as irregularidades para verificar qual o
total de número de pessoas envolvidas nas fraudes e o tamanho exato do prejuízo
causado aos cofres públicos com o pagamento indevido de benefícios.
COM A PALAVRA, O CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO-“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército
Brasileiro, o Ministério Público Militar, a Polícia Federal e a Advocacia-Geral
da União deflagraram, na manhã de hoje (21/08), a Operação Reformados, para
combater esquema criminoso voltado para a obtenção fraudulenta de reintegrações
e reformas judiciais de militares, especialmente dos militares temporários.A Polícia Judiciária Militar, em conjunto com a Polícia Federal,
cumpriu dois mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e
três mandados de condução coercitiva nas cidades de Canoas e Novo Hamburgo,
determinados pela Justiça Militar.A fraude consistia na apresentação de atestados médicos
ideologicamente falsos, com indicação de doenças psiquiátricas e outros
artifícios, para iludir a Administração Militar, a Justiça Federal e a Justiça
Militar. O objetivo era obter a reintegração judicial às Forças Armadas de
militares temporários licenciados, para suposto tratamento de saúde e posterior
reforma, com perceção vitalícia de vencimentos. Um escritório de advocacia
estabelecido no município de Canoas promovia o suporte para a propositura de
ações judiciais que sacramentavam as fraudes.Durante as investigações, diligências flagraram pessoas com
diagnósticos incapacitantes, por problemas físicos ou psíquicos, em uma rotina
normal de vida, inclusive com ocupações remuneradas, indicando fraude para a
obtenção de decisões judiciais. O contingente de reintegrados judiciais no Rio
Grande do Sul alcança a cerca de 500 casos, com quase uma quarta parte alegando
problemas psiquiátricos, e custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 20
milhões de reais ao ano, pagos pelos contribuintes.Os crimes investigados são estelionato e falsidade ideológica, com
encenação perante juntas médicas militares, propositura de ações com atestados
médicos ideologicamente falsos, entre outros possíveis. As investigações seguem
para apurar o prejuízo causado e o número exato de pessoas envolvidas nas
fraudes.Cumpre destacar, ainda, que o Exército não compactua com qualquer
tipo de irregularidade praticada no seu meio e tomará todas as medidas
previstas para que tais fatos sejam esclarecidos e adotará as providências necessárias
para sanar as irregularidades detectadas durantes as investigações.”
Fonte: politica.estadao.com.br